terça-feira, 17 de abril de 2018

Terceira Idade - Vivendo uma Vida Feliz e Frutífera (PROATI)



Texto Base: Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos,
 (Salmos 92:14)

Objetivos

1        Esclarecer o que é o Proati

1.1 Definição da chamada Terceira Idade
1.2 Os motivos sociais e teológicos que levaram a criação de tal programa nas Ad’s
1.3 Idoso ou Velho? Existe diferença?

          A Terceira Idade, o Início de uma Nova etapa de Felicidade

2.1 Terceira idade, Promessa Divina
2.2 Tempo de Recriação
2.3 Tempo de Paz     
2.4 Tempo de Renovo
2.5 Tempo de Cuidado

           A Terceira Idade, uma vida Frutífera

3.1 A Extensão de uma Vida Frutífera





Introdução

Em alguns períodos da História chegar aos 60 anos era uma façanha. Houve um tempo em Roma que as mulheres Romanas dificilmente conseguiam chegar a esta idade maravilhosa. Até o Século 19 a expectativa da vida na Europa não era além dos 45 anos; entretanto, os tempos mudaram, e devido ao aumento da expectativa de vida, precisamos ser cônscios de tudo aquilo que está intrínseco a esta tenra etapa da vida, entendendo qual é o plano de Deus para aqueles que estão e entrarão na terceira idade, e o que revelou sobre como se dará o seu relacionamento para com os tais, para que medos, angústias e temores não afetem este momento tão gracioso que é a terceira idade.

1 O que é o Proati?

O PROATI (Programa de Apoio à Terceira Idade) foi idealizado, pela irmã Judite e pelo pastor Aílton José Alves. Após 05 (cinco) anos de oração, Deus revela ao Pastor Ailton, o Pb. Daniel Gonçalves e sua esposa ir. Cirlene Sales para coordenarem e implantarem o Programa de apoio a Terceira Idade. Ambos também direcionados por Deus, abraçaram a causa e deram início ao projeto, planejando, organizando e promovendo o I Seminário de Capacitação que aconteceu no período de 08 a 12 de março de 2006, com o tema: “[...]Até as cãs eu vos levarei nos braços..." (Isaias 46: 4b) onde foram capacitados em torno de 2.000 (dois mil) voluntários. No Seminário foram ministradas diversas palestras sobre direito do idoso, saúde física, mental e espiritual, contando com a participação de diversos profissionais como: médicos, advogados, pastores, psicólogos, professores etc. Em continuação, formaram equipes de apoio e foram feitas reuniões nas 50 (cinquenta) áreas do recife, para implantação do Proati, onde foram dados esclarecimentos e orientações aos voluntários designados pelos coordenadores de área, quanto aos objetivos e a forma de fazer o trabalho com a terceira idade. O trabalho foi implantado na maioria das congregações e foram cadastrados os irmãos com a idade superior a 60 (sessenta) anos.

1.1 Definição da chama Terceira Idade

Via de regra a terceira idade é a faixa etária da vida humana que começa entre a partir dos 60 anos; entretanto no contexto judaico tal faixa etária se iniciava aos 70 anos (Sl 90.10); a partir de tal idade é designado o adjetivo idoso para tais pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. Todavia, para efeito de formulação de políticas públicas, esse limite mínimo pode variar segundo as condições de cada país.

1.2 Os motivos sociais e teológicos que levaram a criação de tal programa nas Ad’s

Devido ao grande número de pessoas idosas na igreja, doentes, sem participar do trabalho da mesma, sem ninguém que cuidasse deles, e também sem quem os acompanhassem houve a necessidade do estabelecimento de tal programa. As Sagradas Escrituras nos mostram o princípio de tributar devidas honras a quem está na Terceira Idade, os mais velhos são vistos pela bíblia como pessoas que merecem nosso respeito. “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” (Ef 6.2), “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu DEUS. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32). Por isso a igreja apressou-se em organizar um ministério voltado exclusivamente a terceira idade

1.3 Idoso ou Velho? Existe diferença?

Idosa é uma pessoa que tem muita idade. Velha é uma pessoa que perdeu a jovialidade; contudo, “nem todo idoso é velho e há velho que nem chegou a ser idoso”.

O VELHO é aquele que tem carregado o peso dos anos. Que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite o pessimismo e a desilusão. Para ele não existe ponte entre o passado e o presente, pois lá existe um fosso que o separa do presente, pelo apego ao passado.

O VELHO cochila no vazio de sua vidinha e suas horas se arrastam destituídas de sentido.
As rugas do VELHO são feias, porque foram vincadas pela amargura.

IDOSO é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência. Ela é uma porta entre o passado e o futuro e é no presente que os dois se encontram.

O IDOSO leva uma vida ativa, plena de projetos e preenche de esperança. Para ele o tempo passa rápido e a velhice nunca chega.

 As rugas do IDOSO são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso.


Em suma, o IDOSO e o VELHO são duas pessoas que até podem ter no cartório a mesma idade cronológica, mas o que têm são as idades diferentes no coração.

2 A Terceira Idade, o Início de uma Nova etapa de Felicidade

A terceira idade não deve ser vista como o fim de uma existência, mas como o início de uma nova etapa na vida do ser humano. Uma nova etapa para anunciar que reto é o senhor [...] e que nele não há injustiça (Salmos 92:15). É uma nova etapa relacional não apenas entre o Idoso e Deus, mas também entre Deus e o Idoso.

2.1 Terceira idade, Promessa Divina

“Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is 65.22)

2.2 Tempo de Recriação

“Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice” (Rt 4.15)

2.3 Tempo de Paz     

“E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado” Gn 15.15

2.4 Tempo de Renovo

“Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão”. (Isaías 40.31)

         (1)   A força divina para vivificá-los no meio do cansaço e da fraqueza, do sofrimento e das provações; 

   (2) A capacidade de elevar-se acima das suas dificuldades

  (3) A capacidade de correr espiritualmente sem se cansar e de caminhar firmemente para a frente sem desfalecer, quando parece que DEUS demora em agir. DEUS promete que se o seu povo confiar nEle com paciência, Ele proverá todo o necessário ao seu sustento continuamente (1 Pe 1.5).

2.4 Tempo de Cuidado

“Eu vos carregarei” (Isaías 46:4)

3 A Terceira Idade, uma vida Frutífera

Como os Idosos ainda podem produzir fruto?

O fruto que os justos produzem é o fruto dos lábios, o fruto de declarar que o Senhor Deus é justo. Dos recém-nascidos até os mais velhos, os justos proclamam, dizendo: O Senhor é justo. Ele é minha Rocha. Nele não há injustiça. Convém salientar que o  Salmo 92  trata-se de um Cântico para o dia de sábado” (shîr leyôm hashavvat). Como, no antigo Israel, o sábado não era apenas tempo de “descanso solene”, mas também de “santa convocação” (Sl 23.3), entende-se que o salmo foi escrito com a finalidade de ser utilizado no culto a Deus. Segundo esse propósito, o salmista produziu um texto realmente útil, pois destaca certos pontos que podem passar despercebidos diante das muitas preocupações diárias, mas que não podem ser menosprezados quando se está a cultuar o Senhor. Não importa a idade, temos motivos para adorar ao nosso Deus.

3.1 A Extensão de uma Vida Frutífera

A declaração “o Senhor Deus é justo” ampliasse até mesmo no nosso modo de viver. Com louvo de gratidão nos tornamos, mesmo em idade já avançada, trabalhadores, independente do contexto no qual estamos inseridos, como por exemplo:

 Auxiliar na educação dos netos (Rt 4.13-17)

Devemos ser sempre dispostos a cuidarem dos nossos netos, dispensando aos mesmos tudo de amor que possuímos e sublimes lições de vida. 

Conselheiros dos mais jovens (1 Rs 12.1-15; Êx 4.29; 19.7; At 15.2)

Feliz são aqueles que ouvem os conselhos dos mais velhos. Na multidão dos conselhos se acha sabedoria. Devemos estar aptos para o aconselhamento. (Pv 24.6) 


Intercessores (Lc 2.36-38)

Deveremos sempre estar dispostos a orar reunidos na Igreja

Voluntários (Pv 23.18).

Sempre dispostos a ajudar em alguma tarefa para o bem comum, não por algum pagamento.

4 Conclusão

Deus tem operado grandes maravilhas através do projeto (PROATI), e hoje conforme dados estatísticos fornecidos pelo deptº de informática da igreja, temos mais de 23.000 idosos sendo acompanhados e visitados pelos voluntários do PROATI e vemos cumprida na vida dos idosos a promessa contida em Isaias 46: 4, que diz: "E até à velhice Eu serei o mesmo e ainda até as cãs, Eu vos trarei e vos levarei..." um fato curioso é que os cultos voltado para a terceira idade são os mais prestigiados pelos irmãos, e eles fazem um belo trabalho, cantando, visitando outros grupos do tipo, pregando etc.

A terceira idade, em resumo, é o patamar grandioso, prazeroso, tranqüilo, liberto e auto-suficiente, pois contém todas as outras idades - Grande idade, bela idade, feliz idade. A terceira idade é idade da confraternização, do carinho, da bondade e da generosidade.

PENSANDO BEM, VELHICE NÃO É VELHICE; É A JUVENTUDE MELHORADA.

Em nossos dias de descanso celebramos a grandeza do Senhor. Louvamos a fidelidade dele. Damos graças pelas obras dele. Não podemos parar a corrida, é perigoso, não podemos desanimar, temos que prosseguir. O nosso Preparador Espiritual, o Espírito Santo irá conosco; se cairmos Ele lhe nos carregará em seus braços, nos consolando, animando, desejando que cheguemos ao “pódio” – “Esforçai-vos e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles (dos obstáculos), porque o Senhor, vosso Deus, é o que vai convosco; não vos deixará nem vos desamparará” Dt 31.6.
Não deixe que os obstáculos citados se tornem o centro dos seus pensamentos, mas busque a paz, a presença e a alegria do Espírito Santo em oração, louvor, adoração - Fp 4.6,7.

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” - II Tm 4. 7, 8. “Corramos de tal maneira que o alcancemos” – I Co 9.24b



REFERÊNCIAS
_________________________________________________________
Lições Bíblicas, 2º trimestre de 2004 - Eliezer Lira
Comentário Bíblico Beacon – Jó  a Cantares
Comentário Bíblico Moody
Comentário Bíblico Mathy Henry




quarta-feira, 11 de abril de 2018

Disciplina Na Igreja - Exemplos de Disciplina Negativa no Novo Testamento (Part 3)




O homem que cometeu incesto (1 Co 5.1-8)

Na passagem citada um dos membros da Igreja de corinto praticou um pecado horrendo; até mesmo dentro da comunidade Greco-Romana o incesto era visto como algo extremamente ofensivo, dentro da comunidade judaica, tal ato era abominável (Lv 18.7).
Paulo reconhecia que alguns membros daquela comunidade, outrora – antes de aceitarem a Cristo como Senhor e Salvador – viveram uma vida de iniquidade, entretanto “Paulo não cogitou a possibilidade de que assim continuassem depois de terem conhecido a Cristo”[32], pelo contrário, tendo em vista o próprio Testemunho que a igreja deveria exercer dentro da cidade de coríntios, Paulo se viu obrigado a apelar para a exclusão imediata do pecador escandaloso. O adjetivo que Paulo se utilizou e aplicou para descrever o culpado perante a sociedade Cristã e comunidade local passa-nos a ideia do quanto tal ato feriu o testemunho daquela comunidade Cristã perante a Sociedade na qual a mesma estava inserida. Convém salientarmos que tal atitude de Paulo – a ordem de Paulo para a exclusão imediata é repetida de várias maneiras e vezes nas perícopes do capítulo na qual se encontra tal passagem (v 5, v7, v9) – se deu devido a própria comunidade Cristã de corinto tratar com leviandade tal situação. O motivo de tal disciplina, aparentemente cruel Paulo explica “para que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (v5).

Deus disciplina a sua Igreja

Algumas disciplinas Deus acaba realizado de forma solo, pois tais disciplinas são impossíveis de serem realizada pela igreja devido ao fato que os pecados foram realizados em secreto. Pecados em secretos não podem ser julgados pela Igreja, já pecado que é realizado de forma pública, precisa-se de uma ação pública da comunidade para que seja gerado temor.
Para que a disciplina de Deus não caia sobre nós, Paulo “insiste no exame cuidadoso de cada uma na ocasião da ceia”[33], caso contrário à disciplina será aplicada pelo próprio Deus “Por causa disso há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (1co 11.30); fraquezas, doenças e morte física e tido por Paulo como o julgamento de Deus a pecados secretos.

A Disciplina de Ananias e Safira (Atos 5.1-11)

Tal passagem por si só é impactante pois contrasta com a Koinõnia (comunhão) da Igreja de Jerusalém que Lucas tanto destaca no livro de Atos (At 2.42-47; 4.32-35). O pecado de Ananias e Safira de forma alguma foi devido a dá apenas alguma parte do seu lucro, pelo contrário, “Ananias mentira contra Deus (v. 4) e contra o Espírito Santo (v. 3) por outro lado, o pecado de Safira foi por a prova o Espírito do Senhor (v.9); Portanto, o pecado de Ananias e Safira foi simples: tentar enganar a igreja [...] O pecado contra a Igreja também era pecado contra Deus, protetor e dono da Igreja” (Acréscimo Nosso)[34].

A Disciplina de Simão, o Mago (Atos 8)

Simão era um praticante de magia, ele fez parte de um número notável que após a pregação de Pedro, Felipe e João, aceitaram a mensagem da Salvação em Samaria. Entretanto, após ver que pelas mãos dos Apóstolos o povo recebia o Espírito Santo, quis comprar tal autoridade – direito/autorização – para conceder o Espírito. De forma imediata Simão condenou tal atitude ordenando o arrependimento. Tal caso nos oferece base para que em momentos de erros simples no que concerne a compressão das Sagradas Escrituras será necessário de forma imediata uma repreensão, correção e condenação de tais erros.

Himeneu e Alexandre

Himeneu e Alexandre pertencem a categoria daqueles que rejeitaram o evangelho e “naufragaram na fé”[35]. Os mesmos negaram publicamente a Cristo e a sua obra, desprezaram tudo o que tinham confessado no início dá caminhada Cristã que os mesmos viveram e desfrutaram, ambos se desviaram da verdade; Fileto por exemplo, juntamente com Himeneu persistiam em declarar que a ressurreição de Cristo era algo já ultrapassado – principalmente no quesito de importância – estavam pregando um falso ensino (2Tm 2.17-18). Paulo os entregou-os a Satanás – Essa expressão como aspecto da Disciplina também fora usada pelo mesmo Apóstolo como julgamento ao incestuoso que estava inserido na comunidade Cristã em Corinto. O intuito de Paulo para que fosse aplicado tal disciplina era com a intenção de que os tais deixasses de blasfemar. Precisamos não apenas aplicar a disciplinar, mas explicar o motivo da aplicação ao culpado, não se esquecendo de mencionar o propósito último da mesma na vida do pecador como também para a comunidade Cristã na qual o réu está inserido.

A disciplina de Hereges

A doutrina falsa pregada e ensina é o terceiro motivo para aplicação da disciplina “Se alguém vos pregar um evangelho diferente que já recebestes, seja maldito – seja separado de Cristo” (Gl 1.9). “A igreja é composta de indivíduos que voluntariamente decidem negar a si mesmos, e tomar cada um a cruz e seguir o senhor [...] Mas se depois consciente e deliberadamente, chegam à conclusão de que o evangelho é pura mentira e Cristo e um impostor, renunciam no coração diante do mundo a fé que antes abraçaram, praticando, assim, apostasia. São comparados à terra que ‘produz espinhos e ervas daninhas’ e é rejeitada [...] está portanto, perto da maldição e seu destino é ser queimada (Hb 6.8)”[36]. Tratando sobre o tema – “Apostasia” – o autor aos Hebreus escreve “Imaginai quanto maior castigo merecerá quem insultou o filho de Deus e tratou como profano o sangue da Aliança pelo qual foi santificado e afrontou o Espírito da Graça?” (Hb 10.29). O triste fato é que muitos deles “antes haviam escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas depois deram as costas ao Santo mandamento que lhes havido sido dado” (1Pe 2. 21-21); consequentemente o fim dos tais é a destruição (1Pe 2.1). É necessário salientarmos que o pecado afasta/separa o homem do Criador, através das Sagradas Escrituras, e de forma clara, entendemos que em Cristo as consequências físicas, espirituais e temporais do pecado são quebradas, e que por meio dele toda a separação existencial-relacional entre o homem e o Criador são aniquiladas, o que nos levar ao seguinte fato “Se Cristo é negado, como também a sua obra e os benefícios da Cruz, como haverá remissão de pecados”? Os Texto supracitados são claros quanto as consequências que envolve “negar o Soberano – Cristo Jesus – nosso resgatador”.

Os que pecam para a morte (1Jo 5.16-17)

Pecados cometidos para morte refere-se a todo ato de apostasia (Gr; Apostasion). O julgamento que envolve a apostasia (Abandono, separação) é a morte, não apenas física, mas também a espiritual. O afastamento da fé em cristo é mortal. No contexto do Novo Testamento tal palavra era aplicados aqueles que se afastavam deliberadamente da verdadeira fé e passavam a aderir, pregar e viver tudo aquilo que confrontava de modo direto os ensinos de Cristo e dos Apóstolos – Na época o que mais arrebatavam membros da comunidade Cristã era o gnosticismo. A estes apóstatas o Apóstolo João aconselhou que a Igreja evitasse o contato, não apenas isso, mas que qualquer relacionamento pessoal não fosse exercido com nenhum deles (2Jo 9.10). Alguém que vive em apostasia não possui esperança de Salvação, pois rejeitam a única fonte, Jesus Cristo.

Conclusão

A vontade de Deus, é que os seus filhos ouçam, aceitem e exerçam as orientações que são claramente expressas na sua Palavra (Sl 119:105); é as Sagradas Escrituras o nosso manual de fé e prática (Js 1.9), através dela a vontade de Deus fora revelada, por isso Paulo Expressou “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1Tm 4:16). Em resumo, a disciplina possui dois aspectos:

Aspecto Positivo: “O ensino Bíblico encoraja o Cristão a pensar e agir de forma que venha a imitar o seu senhor”[37].

Aspecto Negativo: “É aplicação da Disciplina que produz sofrimento[38], tem em vista obrigar o cristão a abandonar o pecado ou a rebelião do coração”[39].

Contudo, “feliz é a comunidade que aplica tão eficientemente a disciplina positiva que não necessitará do uso frequente da disciplina negativa”[40].




NOTAS
____________________________________________________
32 Pag, 79
33 Pag, 83
34 Pag, 88
35 Pag, 92
36 Pag, 95
37 Pag, 111
38 No Novo Testamento, a aflição enviada por Deus possui propósitos, entre os quais estariam: a) Purificação (Jo 15.1,2); b) Produzir o carácter Cristão (Hb 12.1); c) Criação de uma atitude para com Deus que envolve temor e humildade (At 5.11; Hb 12.9)
39 Pag, 111
40 Pag, 111

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Disciplina na Igreja - Como Disciplinar (Part 2)



Segundo Russel Sheed, o privilégio de participar da restauração de um Cristão apanhado em pecado não deverá ser dado a qualquer membro da comunidade na qual tal culpado pertence, antes “Somente os irmãos reconhecidamente espirituais devem envolver-se [...] e isso com “espírito de humildade” e cautela (Gl 6.1)[22]; Shedd continua afirmando “ Está proibido de tentar disciplinar quem não manifesta o furto do Espírito Santo [...]”[23]. Entretanto, convém salientarmos que o perdão sempre deve ser oferecido ao culpado para o bem-estar da Igreja, consequentemente barreiras serão levantadas contra as ciladas do diabo na vida do culpado “uma Igreja unida pode refletir a glória do Senhor que habita na igreja, mas uma igreja dividida, com mancha e rugas [...] nada consegue refletir além de sua carnalidade”[24].

Estudo do Caso: Disciplina de Pedro

Pedro experimentou também a graciosa disciplina restauradora do Mestre. Jesus Cristo, inicialmente, buscou despertar no coração de Pedro a autoconsciência de sua fraqueza – a disciplina exerce um papel fundamental no que diz respeito ao despertamento da sensibilidade de o Cristão a respeito de sua fraqueza carnal. No capítulo 22 do evangelho escrito pelo médico Lucas, Cristo  informa a Pedro sobre o pecado que o mesmo cometeria contra ele  – Jesus ao ver a possibilidade da fé de Pedro desfalecer intercedeu pelo seu discípulo – entretanto o mesmo não tirou proveito algum da advertência de Cristo, não obstante, o seu arrependimento posteriormente foi sincero “Pedro, então, saindo dali, chorou amargamente” (Lc 22. 62); devido a tal arrependimento “a autorização divina para apascentar os ‘cordeiros’ e ‘ovelhas’ do Senhor [...] confirma a eliminação de culpa”[25]. Convém salientar que Pedro não precisou de um grande período de tempo para ser admitido a comunhão, pelo contrário, segundo Sheed “ no período máximo de 50 dias, o apóstolo, que cairá tão profundamente, voltou a receber a incumbência do Senhor para pregar a primeira mensagem evangelística da Igreja Primitiva [...]”[26].

Estudo do Caso: Disciplina de Judas

Os fatos que cercam a história de Judas e a sua Traição possui algumas curiosidades extremamente marcantes; um leitor que possua uma visão errônea sobre o carácter e o tratar de Cristo para com Judas poderá interpretar Jesus, e identifica-lo, como tolerante ao pecado – Cristo sempre soube que Judas era um “diabo (Gr. Diabolos, Jo 6.70) ”. Entretanto, “[...] no caso de Judas, o Mestre revela, no campo da disciplina, que a atitude prioritária que o disciplinador deve demonstrar é ter uma espirito acolhedor, paciente e amoroso. Deus seguramente corta o ramo que não dá fruto, mas apenas após inúmeras oportunidades concedidas”[27].

Estudo do Caso: Lucas 15

Nas parábolas que se encontram no capítulo supracitado, encontraremos de forma nítida e contagiante a expressão da atitude de Jesus com respeito aos fracos e falhos – Cristo demonstra mansidão e bondade. Tal texto “sugere uma atitude de humildade, tolerância e aceitação”[28].
O ensinamento por de trás da parábola da ovelha perdida, mostra-nos que a “preocupação prioritária do Senhor será ir em busca do cristão – fora do abrigo – e devolvê-lo ao rebanho. Portanto o nosso coração deve sentir preocupação e tristeza cada vez que vemos um membro afastar-se, por outro lado, grande alegria e conforto deverá ser gerado em nosso coração ao ver a sua volta. A segunda história – A dracma perdida – transmite o mesmo ensinamento e aplicação. A terceira história de forma muita mais sublime mostra-nos o desejo de Deus revelado em 2Pe 3.9 “Que ninguém se perca”; de forma maravilhosa tal parábola – O Filho pródigo – focaliza a benignidade do pai” [...] o pai estende as mão para abraçar o caçula, ainda sujo e mal cheiroso, porque sentia os “sentimentos profundo ou compaixão [...] que Deus sente por todo filho seu” (Acréscimo nosso)[29].

Estudo do Caso: Mateus 18

O texto que se encontro em Mateus 18.15-20 especifica de forma clara os passos necessários a serem tomados no exercício da disciplina. Segundo tal texto, a disciplina se torna necessária apenas quando há algum pecado cometido, se caso o crente culpado não aceitar a exortação para que se arrependa, haverá necessidade que seja realizada uma confrontação por duas ou mais testemunhas, “para que a acusação seja confirmada”[30] – tal confrontação seria uma exposição de posições diante de um grupo [x] que representa a comunidade a qual pertence o culpado. Na última instância, o culpado deverá ser ouvido pela igreja “O supremo tribunal no plano disciplinador de Deus”[31]. Por fim, se caso o culpado continuar deliberadamente a rejeição dos conselhos, o tal deverá ser considerado “Gentio” e “Publicado”, ou seja, um descrente.


Notas
_________________________________________________________
Todo o conteúdo textual dessa postagem se trata de um resumo do Livro "Disciplina na Igreja - Russel P. Shedd". Tal resumo foi apresentado para a conclusão da cadeira de administração eclesiástica do curso de Bacharel em Teologia, Pela Escola Teológica das Assembleias de Deus - ESTEADEB
22 Pag, 55
23 Pag, 55
24 Pag, 56
25 Pag, 61
26 Pag, 62
27 Pag, 65
28 Pag, 66
29 Pag, 71
30 Pag, 74
31 Pag, 75

terça-feira, 3 de abril de 2018

Disciplina Na Igreja - Termos Chaves Para a Disciplina Segundo o Novo Testamento (Part 1)



A disciplina é de suma importância para a comunidade Cristã, pois trata-se de um assunto que infelizmente em algumas igrejas é dado pouco caso, e em outras é aplicada de forma excessiva [1]. Concordamos que o princípio teológico e prático da disciplina sendo compreendido, ensinado e aplicado de forma correta resultará em “igrejas mais fortes e maduras”[2]; devido a isto se faz importante o estudo com afinco sobre tal tema, tendo em vista que em determinados momentos “os filhos de Deus muitas vezes falam, pensam e agem como filhos de adão e até do diabo”[3]. Convém salientarmos que “ninguém acredita [...] que a participação na comunidade dos santos garanta que o filho adotivo passe a ser parecido com o Filho Eterno ou que se comporte como o Pai” – entre os vários títulos que descrevem a igreja, podemos identificar os termos “ a família de Deus e Filhos de Deus” – consequentemente evitar a disciplina ou banaliza-la acarretará em diluição e destruição da Igreja. Não obstante ao que concerne a disciplina eclesiástica “Tudo deve ser feito com decência e ordem” (1 Co 14.40); como afirmou de forma maravilhosa Leonardo Tuggy “[...] A anarquia resulta da negligência da disciplina e o domínio papal do seu abuso”[4].

A definição de disciplina eclesiástica segundo o renomado autor e teólogo Russel P. Sheed corresponde a “Todos os meios e medidas pelos quais a Igreja busca sua santificação e boa ordem e que são necessários para a edificação espiritual e eliminação de tudo o que ameaça o bem-estar da igreja[5].


Termos Chaves para a disciplina segundo o Novo Testamento


Disciplina

A palavra Disciplina “[...] tem sua ideia original, como indica a raiz no grego, na prática da antiguidade de um aluno seguir um mestre ou pensador [...] na mesma linha de pensamento, a disciplina, então, visa uma pessoa em conformidade com o caráter e com a mente do mestre”[6]; logo, tal palavra “evoca em nós o quadro de um mestre seguido por discípulos seus que prestam muita atenção ao que ele diz e que têm o desejo profundo de imita-lo (1Co 11.1; Fp 3,12-14)”[7], tal desejo pode ser simplificado da seguinte maneira: “ tudo o que o mestre é, devo ser”. A disciplina cumpre o papel de informar e corrigir os discípulos que possuam entendimentos errados que julgam caracterizar o seu mestre.

Ensino

Não possui serventia discutir ou aplicar a disciplina na igreja se não foi de forma precedente comunicado toda a vontade do nosso Senhor. “O que a Igreja sabe, crê e vive servirá de base essencial para disciplinar o membro que não sabe, não crê e não vive de acordo com a vontade de seu mestre”[8]. O Ensino é essencial para que seja esperado a obediência, por isso Jesus passou horas ensinando e instruindo. O Apóstolo Paulo seguindo o exemplo de Cristo afirmou “Por que não deixei de vos anunciar todo o propósito de Deus” (At 20.27); este propósito é relatado na Epístola escrita pelo Apóstolo Paulo aos Efésios “ para a santificar purificando-a com a lavagem da água pela palavra. Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 2. 26-27). Por tanto entendemos que o Ensino possui uma importância Singular (2 Tm 2.2).

Exortação

Exortar significa “Exercer influência sobre a vontade e as decisões de outrem com o intuído de conduzi-lo a um padrão de comportamento geralmente aceito, encorajando-o a observar determinadas instruções [...]”[9], é de suma importância frisamos que o ministério de exortação é exercido pelo Espírito Santo, entretanto não se restringe apenas a ele, nem tão pouco limitado a função pastoral ou líder de ensino “cada Cristão que avança no conhecimento em Cristo deve ter o privilégio de exortar o novo na fé”[10]. A Exortação é um dos dons que constam em Romanos 12.6-8 “[...] quem encoraja [exorta], use o dom para isso”. O Escritor aos Hebreus não limita este ministério a pessoa do Espírito Santo ou a algum grupo [X], nem muito menos a alguma pessoa [Y], pelo contrário, o mesmo escreve “[...] animemo-nos [exortando] uns aos outros” (Hb 10.24b). “A exortação praticada na Igreja de maneira Bíblica resolveria grande maioria dos problemas antes deles eclodirem”[11]. Não obstante “o apelo da Exortação deve esclarecer a grandeza do amor estendido ao pecador, para, em seguida, persuadi-lo a desejar a transformação de vida que Deus exige, reconhecendo e querendo fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”[12].

Educação

A educação tem o alvo exato de tornar os filhos obedientes ao Pai. Deus é o nosso Pai espiritual que disciplina (Hb 12.7-10b, 11) seus filhos (v 5). Destarte “É importante reconhecer, conforme esclarece a Palavra, que Deus sabe bem melhor do que qualquer Pai humano qual seria o meio mais eficaz de corrigir os seus filhos – Acréscimo nosso”[13]. A atitude dos filhos deve ser de temor/reverência “ Filho meu, não desprezes a disciplina do Senhor [...]” (Hb 12.5a). O propósito de Deus é claro quanto a aplicação da disciplina “proporcionar maturidade/crescimento moral e espiritual”. Deus aplica a sua disciplina devido ao seu amor e com amor; a pesar que “ os filhos genuínos que não aceitam a transformação suave suscitada pelas Sagradas Escrituras – Deus não age sempre independente, mas faz de seus servos portados da palavra, “corrigindo com mansidão os que resistem" – devem estar prontos para meios mais desagradáveis”[14].

Admoestação e Advertência

A admoestação e a advertência implica um sentido de maior urgência – “um anúncio de um perigo que deve ser evitado”[15] – "não escrevo essas coisas para vos envergonhar, mas para vos advertir, como a meus filhos amados" (1Co 4.14).
Paulo ele aconselha dois passos a serem tomados após advertências terem sidos rejeitadas: Um brando e outro mais severo.

1: Se envergonhe (2 Ts 3.14)
Nesse caso é oferecido a esperança do arrependimento. “Para o primeiro, a desassociação, ou seja, evitar contato e comunhão, mas sempre tendo consciência de que se trata de um “irmão”[16]

2: Perverteu-se [...] condenou-se a si mesmo (1 Tt 3.11)
O segundo caso carece de qualquer sinal de vida. “[...] Tendo em vista a atitude opositora e partidária do pecador, este deve ser considerado indigno do nome “irmão”[17].

Entretanto será necessário a sabedoria de Deus para que possamos distinguir um caso do outro.

Repreensão e Convicção

Sem a ação convencedora e profunda do Espírito Santo (Jo 16.8-11), a condução do pecador ao arrependimento é impossível. Não obstante o “'persuadir' cabe ao homem; quebrantar o coração, ao Espírito de Deus”[18]. A repreensão deve ser exercida por todos os membros de uma igreja local com o intuído de convencer os pecados dos seus erros; “pastores e membros da igreja devem estar preparados para convencer os pecadores de seus erros”[19], entretanto, se for necessário, a repreensão deve continuar até que haja mudança. “O motivo para tentar levar pecadores dentro da igreja ao arrependimento é para que todos os demais tenham temor" (1Tm 5.20).
Paulo escrevendo aos Efésios incumbiu toda aquela comunidade cristã a reprovar (Gr; elenxete) as obras das trevas (Ef 5.11), na perícope seguinte ele solicita que os membros daquela comunidade venham a condenar (Gr; elenxomena) o pecado (Ef 5.13), sabendo que o instrumento é a palavra de Deus “Toda a Escritura [...] é util [...] para repreensão [...]” porque ela é inspirada por Deus (2Tm 3.16). Precisamos entender que a repreensão de Deus deve gerar em nós um sentimento de alegria e regozijo, pois ele “repreende” e “disciplina” a todos os que ele ama; “isto promove arrependimento nesta vida antes de que seja tarde”[20].

Correção

As escrituras são imprescindíveis para a correção, “Toda a Escritura é inspirada por Deus, é útil [...] para corrigir [...]” (2Tm 3.16). O propósito de Deus na correção encontra-se na perícope seguinte “Por ela o homem de Deus se torna perfeito – perfeitamente habilitado –, capacitado para toda boa obra” (v 17). “para que um erro seja corrigido, serão necessárias as Sagradas Escrituras, para que, em seguida, se mostre como é possível corresponder à vontade perfeita do Senhor – Acréscimo nosso” [21].


NOTAS
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* Todo o conteúdo textual dessa postagem se trata de um resumo do Livro "Disciplina na Igreja - Russel P. Shedd". Tal resumo foi apresentado para a conclusão da cadeira de administração eclesiástica do curso de Bacharel em Teologia, Pela Escola Teológica das Assembleias de Deus - ESTEADEB
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