O homem que cometeu incesto (1 Co 5.1-8)
Na passagem citada um dos membros da Igreja de corinto praticou um pecado horrendo; até mesmo dentro da comunidade Greco-Romana o incesto era visto como algo extremamente ofensivo, dentro da comunidade judaica, tal ato era abominável (Lv 18.7).
Paulo reconhecia que alguns membros daquela comunidade, outrora – antes de aceitarem a Cristo como Senhor e Salvador – viveram uma vida de iniquidade, entretanto “Paulo não cogitou a possibilidade de que assim continuassem depois de terem conhecido a Cristo”[32], pelo contrário, tendo em vista o próprio Testemunho que a igreja deveria exercer dentro da cidade de coríntios, Paulo se viu obrigado a apelar para a exclusão imediata do pecador escandaloso. O adjetivo que Paulo se utilizou e aplicou para descrever o culpado perante a sociedade Cristã e comunidade local passa-nos a ideia do quanto tal ato feriu o testemunho daquela comunidade Cristã perante a Sociedade na qual a mesma estava inserida. Convém salientarmos que tal atitude de Paulo – a ordem de Paulo para a exclusão imediata é repetida de várias maneiras e vezes nas perícopes do capítulo na qual se encontra tal passagem (v 5, v7, v9) – se deu devido a própria comunidade Cristã de corinto tratar com leviandade tal situação. O motivo de tal disciplina, aparentemente cruel Paulo explica “para que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (v5).
Deus disciplina a sua Igreja
Algumas disciplinas Deus acaba realizado de forma solo, pois tais disciplinas são impossíveis de serem realizada pela igreja devido ao fato que os pecados foram realizados em secreto. Pecados em secretos não podem ser julgados pela Igreja, já pecado que é realizado de forma pública, precisa-se de uma ação pública da comunidade para que seja gerado temor.
Para que a disciplina de Deus não caia sobre nós, Paulo “insiste no exame cuidadoso de cada uma na ocasião da ceia”[33], caso contrário à disciplina será aplicada pelo próprio Deus “Por causa disso há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (1co 11.30); fraquezas, doenças e morte física e tido por Paulo como o julgamento de Deus a pecados secretos.
A Disciplina de Ananias e Safira (Atos 5.1-11)
Tal passagem por si só é impactante pois contrasta com a Koinõnia (comunhão) da Igreja de Jerusalém que Lucas tanto destaca no livro de Atos (At 2.42-47; 4.32-35). O pecado de Ananias e Safira de forma alguma foi devido a dá apenas alguma parte do seu lucro, pelo contrário, “Ananias mentira contra Deus (v. 4) e contra o Espírito Santo (v. 3) por outro lado, o pecado de Safira foi por a prova o Espírito do Senhor (v.9); Portanto, o pecado de Ananias e Safira foi simples: tentar enganar a igreja [...] O pecado contra a Igreja também era pecado contra Deus, protetor e dono da Igreja” (Acréscimo Nosso)[34].
A Disciplina de Simão, o Mago (Atos 8)
Simão era um praticante de magia, ele fez parte de um número notável que após a pregação de Pedro, Felipe e João, aceitaram a mensagem da Salvação em Samaria. Entretanto, após ver que pelas mãos dos Apóstolos o povo recebia o Espírito Santo, quis comprar tal autoridade – direito/autorização – para conceder o Espírito. De forma imediata Simão condenou tal atitude ordenando o arrependimento. Tal caso nos oferece base para que em momentos de erros simples no que concerne a compressão das Sagradas Escrituras será necessário de forma imediata uma repreensão, correção e condenação de tais erros.
Himeneu e Alexandre
Himeneu e Alexandre pertencem a categoria daqueles que rejeitaram o evangelho e “naufragaram na fé”[35]. Os mesmos negaram publicamente a Cristo e a sua obra, desprezaram tudo o que tinham confessado no início dá caminhada Cristã que os mesmos viveram e desfrutaram, ambos se desviaram da verdade; Fileto por exemplo, juntamente com Himeneu persistiam em declarar que a ressurreição de Cristo era algo já ultrapassado – principalmente no quesito de importância – estavam pregando um falso ensino (2Tm 2.17-18). Paulo os entregou-os a Satanás – Essa expressão como aspecto da Disciplina também fora usada pelo mesmo Apóstolo como julgamento ao incestuoso que estava inserido na comunidade Cristã em Corinto. O intuito de Paulo para que fosse aplicado tal disciplina era com a intenção de que os tais deixasses de blasfemar. Precisamos não apenas aplicar a disciplinar, mas explicar o motivo da aplicação ao culpado, não se esquecendo de mencionar o propósito último da mesma na vida do pecador como também para a comunidade Cristã na qual o réu está inserido.
A disciplina de Hereges
A doutrina falsa pregada e ensina é o terceiro motivo para aplicação da disciplina “Se alguém vos pregar um evangelho diferente que já recebestes, seja maldito – seja separado de Cristo” (Gl 1.9). “A igreja é composta de indivíduos que voluntariamente decidem negar a si mesmos, e tomar cada um a cruz e seguir o senhor [...] Mas se depois consciente e deliberadamente, chegam à conclusão de que o evangelho é pura mentira e Cristo e um impostor, renunciam no coração diante do mundo a fé que antes abraçaram, praticando, assim, apostasia. São comparados à terra que ‘produz espinhos e ervas daninhas’ e é rejeitada [...] está portanto, perto da maldição e seu destino é ser queimada (Hb 6.8)”[36]. Tratando sobre o tema – “Apostasia” – o autor aos Hebreus escreve “Imaginai quanto maior castigo merecerá quem insultou o filho de Deus e tratou como profano o sangue da Aliança pelo qual foi santificado e afrontou o Espírito da Graça?” (Hb 10.29). O triste fato é que muitos deles “antes haviam escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas depois deram as costas ao Santo mandamento que lhes havido sido dado” (1Pe 2. 21-21); consequentemente o fim dos tais é a destruição (1Pe 2.1). É necessário salientarmos que o pecado afasta/separa o homem do Criador, através das Sagradas Escrituras, e de forma clara, entendemos que em Cristo as consequências físicas, espirituais e temporais do pecado são quebradas, e que por meio dele toda a separação existencial-relacional entre o homem e o Criador são aniquiladas, o que nos levar ao seguinte fato “Se Cristo é negado, como também a sua obra e os benefícios da Cruz, como haverá remissão de pecados”? Os Texto supracitados são claros quanto as consequências que envolve “negar o Soberano – Cristo Jesus – nosso resgatador”.
Os que pecam para a morte (1Jo 5.16-17)
Pecados cometidos para morte refere-se a todo ato de apostasia (Gr; Apostasion). O julgamento que envolve a apostasia (Abandono, separação) é a morte, não apenas física, mas também a espiritual. O afastamento da fé em cristo é mortal. No contexto do Novo Testamento tal palavra era aplicados aqueles que se afastavam deliberadamente da verdadeira fé e passavam a aderir, pregar e viver tudo aquilo que confrontava de modo direto os ensinos de Cristo e dos Apóstolos – Na época o que mais arrebatavam membros da comunidade Cristã era o gnosticismo. A estes apóstatas o Apóstolo João aconselhou que a Igreja evitasse o contato, não apenas isso, mas que qualquer relacionamento pessoal não fosse exercido com nenhum deles (2Jo 9.10). Alguém que vive em apostasia não possui esperança de Salvação, pois rejeitam a única fonte, Jesus Cristo.
Conclusão
A vontade de Deus, é que os seus filhos ouçam, aceitem e exerçam as orientações que são claramente expressas na sua Palavra (Sl 119:105); é as Sagradas Escrituras o nosso manual de fé e prática (Js 1.9), através dela a vontade de Deus fora revelada, por isso Paulo Expressou “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1Tm 4:16). Em resumo, a disciplina possui dois aspectos:
Aspecto Positivo: “O ensino Bíblico encoraja o Cristão a pensar e agir de forma que venha a imitar o seu senhor”[37].
Aspecto Negativo: “É aplicação da Disciplina que produz sofrimento[38], tem em vista obrigar o cristão a abandonar o pecado ou a rebelião do coração”[39].
Contudo, “feliz é a comunidade que aplica tão eficientemente a disciplina positiva que não necessitará do uso frequente da disciplina negativa”[40].
NOTAS
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33 Pag, 83
34 Pag, 88
35 Pag, 92
36 Pag, 95
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38 No Novo Testamento, a aflição enviada por Deus possui propósitos, entre os quais estariam: a) Purificação (Jo 15.1,2); b) Produzir o carácter Cristão (Hb 12.1); c) Criação de uma atitude para com Deus que envolve temor e humildade (At 5.11; Hb 12.9)
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