1.2 Categoria dos Anjos
A Bíblia revela claramente que existe uma hierarquia entre os anjos. Essa afirmação pode ser realizada a partir dos textos que se encontram registrados em (1 Ped 3:22; Col 1.16; Ef 1.21; Ef 3.10). Convém salientar, que tais textos “não aludem a espécies de anjos, mas a diversificação dos níveis de autoridade exercida pelos seres angelicais” (GILBERTO, et al., 2008, p.453). Para sermos mais simplórios, estaremos destacando algumas divisões clássicas existentes entre os anjos, evidenciadas pelas sagradas escrituras.
1.2.1 Querubins
Os querubins ocupam um lugar de prestígio e de enorme responsabilidade na administração divina junto ao trono de Deus, os textos que se encontram em (Sl 99.1; 80.1; Is 37.16; 2 Rs 19.15; 2 Sm 6.2) fazem-nos perceber a grande importância de tais seres. Entre os mais destacados teólogos existe uma aceitação de que os anjos estão relacionados com os propósitos retributivos e redentores.
A perfeição de tais seres, segundo Myer Pearlman, subtende-se da descrição que a bíblia relata dos mesmos possuído “rostos de leão, de homem, de boi e de águia”. Segundo tal autor, isto indica “uma perfeição de criaturas – força de leão, inteligência de homem, rapidez de guia e serviço semelhante ao que o boi presta” (PEARLMAN, 2006, p. 72).
Por último, mas não menos importante, é de grade valia ressaltar que a palavra querubim “é um vocábulo correlato com um verbo acadiano que significa “bendizer”, “louvar”, “adorar”. Portanto, Os querubins estão diretamente ligados a santidade de Deus e a sua adoração” (GILBERTO, et al., 2008, p.454 – acréscimo nosso).
1.2.2 Arcanjos
A Bíblia sagrada faz menção apenas de um arcanjo, sendo este, Miguel; contudo o teólogo Eurico Bergstén citava Gabriel como outro possível arcanjo. Este modo de pesar é incoerente, pois a bíblia em nenhum momento mostrará ou citará Gabriel como um arcanjo. Este entendimento torna-se ainda mais difícil de ser aceito quando meditamos na passagem que se encontra em Daniel 10.13, pois o mesmo – Gabriel – cita Miguel como um dos primeiros príncipes, mas não se coloca em tal posição, e subtende-se em tal passagem que o mesmo possuía um menor poder em comparação com Miguel.
O arcanjo (gr. archangelos) Miguel é citado cerca de duas vezes no Novo Testamento, precisamente em Judas v.9 e I Tessalonicenses 4.16. Miguel é descrito na Bíblia como o líder das hostes angélicas no conflito com Satanás e os seus anjos maus; um dos primeiros príncipes; “vosso Príncipe”; e o grande príncipe, “defensor dos filhos do teu povo” (Ap 12.7; Dn 10.13; Dn 10.21; Dn I2.I).
1.2.3 Serafins
Os serafins são citados apenas em Isaías Cap 6. Consequentemente o nosso saber sobre tal ser, pode-se dizer, que é mínimo. As principais características deles, conforme o trecho de Isaías, é concernente a quantidade de asas que tais seres angelicais possuem (Is 6.2), juntamente com o seu amor ardente para com Deus e forma de adoração (Is 6.3). 1.2.4 Anjos com designações específicas O coautor da obra “teologia sistemática pentecostal”, Wagner Gabi, destaca uma classe de anjos, que ao seu entender “são apenas conhecidos através do serviço que realizam”. Seriam eles, segundo o autor citado:
1) Anjos de juizo (Gn 19.13; 2 Sm 24.16; 2 Rs 19.35; Sl 78.49; Ez9.1,5,7).
2) Anjo destruidor (I Cr 21.15).
3) Anjo vigilante (Dn4.12,23).
4) Anjo do Concerto (Ml 3.1).
5) Anjo da cura (?) (Jo 5.1-4).
6) Anjo das aguas (Ap 16.5).
7) Anjos do vento (Ap 7.1).
8) Os sete anjos (Ap 8.2).
9) Anjo do abismo (Ap 9.11). (GILBERTO, et al., 2008, p.457 – grifo nosso).
1.2.5 Anjo do Senhor
Quando falamos ou estudamos sobre os anjos, é impossível não citarmos este anjo em particular – hb. mal ́ak HaShem – onde nas sagradas escrituras existe mais de 50 alusões a tal ser. O que é atribuído a tal anjo nas sagradas escrituras, é o que lhe distingue dos demais; podemos citar como exemplos, o poder de perdoar ou reter pecados, poder de salvar, de recusar o perdão, ser tido como o próprio Deus, possuir a imagem e o nome de Deus (Is 63.9; Êx 23.21; Gên 32.30; 48.16; Êx 33.14;23:20-23). As aparições de tal anjo podem ser encontradas em (Jz 2.1; Gn 13.14-17; 17.8; 26.2-4; 28.13; Ex 20.1,2; Nm 22.22-36; Js 1.1,2; Js 5.14; Ex 3.6; Gn 16.7; Ex 3.2); Tomado como base as informações acima, tudo indica que tal anjo seria uma manifestação de Cristo antes de sua encarnação. Eurico Bergstén destaca o seguinte:
Esse Anjo da presença do Senhor (cf. Is 63.9) não é um dos anjos criados, mas representa uma manifestação da segunda pessoa da Santa Trindade em sua preexistência, antes da "plenitude dos tempos" (cf. Gl 4.4), quando Ele "se fez carne e habitou entre nós" (cf. Jo 1.14). Por isso, no Novo Testamento não se fala mais nesse "Anjo", porque "aquele que se manifestou em carne" (cf. 1 Tm 3.16), já havia vindo. Aleluia! (BERGSTÉN, 1993, pg. 329).
Entretanto, não descartamos a hipótese que em alguns momentos, a manifestação deste
ser “angelical” poderia ser considerada como uma Teofania (gr. Theophania).

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