Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) foi um filósofo alemão, que também era matemático e especialista em lógica alemã. No seu livro "The Principles of Nature and of Grace, Based on Reason" afirmou que a primeira pergunta que deveríamos com razão nos fazer é: "Por que Existe algo em Vez do nada?" Segundo Willian L. Craig "Para Leibniz, essa era a questão mais básica que alguém pode fazer. Assim como eu, Leibniz chegou a conclusão de que a resposta não se encontra no universo das coisas criadas, mas em Deus"[1]. Quando nos perguntamos por que algo sequer existe, a resposta de Leibniz é que Deus existe e é a explicação do por que tudo o mais existe.
O argumento de Leibniz de forma resumida pode ser representado com as seguintes premissas:
1 Tudo o que existe tem uma explicação
2 Se o universo tem uma explicação para existir essa explicação é Deus
3 O universo existe
Da primeira e a terceira premissa, logicamente segue-se que o universo tem uma explicação para a Existir, assim sendo, a explicação da existência do universo é Deus. Equivale dizer que se as três premissas são verdadeiras, a conclusão é inevitável. Contudo convém salientar que a terceira premissa é inegável - O universo existe - conforme salienta Willian L. Craig "Logo, o ateu terá que negar a primeira ou a segunda premissa". Sabendo disto, estaremos nos dedicando a destrinchar essas duas premissas, abordando cada uma delas separadamente, em duas postagens, com a intenção de preparar o leitor a responder possíveis ataques que possam ser feitos a elas!
TUDO O QUE EXISTE TEM UMA EXPLICAÇÃO
Para Leibniz, existe duas classes de coisas
1: As que existe necessariamente
As coisas que existem necessariamente existem por uma imposição ou necessidade da sua própria Natureza, ou seja, é impossível não existir.
2: As que são geradas por alguma coisa externa.
As coisas que tem sua existência causada por outra, não existem necessariamente. Elas existem porque algo além delas as gerou.
Para Leibniz, quando o mesmo afirma que tudo o que existe tem uma explicação para existir, essa explicação pode se encontrar ou em uma necessidade da natureza da própria coisa ou em uma causa externa. Leibniz aplicou este mesmo método para explicar a existência de Deus, ele não fez de Deus uma exceção a regra da primeira premissa - como alguns ateus fazem com o universo. Se tudo o que existe tem uma explicação para existir, e Deus existe, logo Deus dever ter uma explicação para sua existência! Para Leibniz a explicação para a existência de Deus se encontra na necessidade da própria natureza de Deus, Logo, o mesmo não possui uma causa externa a ele, pois isso necessitaria de uma explicação de um outro ser maior do que Deus - e isso é impossível - portanto, o argumento de Leibniz é na verdade um argumento em favor de Deus como ser necessário não-causado - algo que é afirmado nas Sagradas Escrituras.
Entretanto, de forma contraditória a Ciência[2], alguns Ateus afirmam que a primeira premissa é válida concernente a tudo que esteja no universo, mas não acerca do universo em si. Isso é uma grande falácia, pois, não se poderia dizer que tudo tem uma explicação para existir, e, de repente, tirar o universo fora disso. Como Willian L. Craig afirma:
"Suponha que você esteja atravessando uma floresta e se depare com uma bola translúcida bem no meio da floresta. Sua reação natural seria se perguntar como aquilo foi parar ali. Se alguém que estivesse com você dissesse, Ora, isso apenas existe,não tem uma explicação. Não se preocupe com isso!”, você pensaria uma dessas duas coisas: que essa pessoa estava maluca ou que só estava querendo seguir em frente. Ninguém levaria a sério a sugestão de que aquela bola existia e estava la sem nenhuma explicação, literalmente. Suponha agora que você aumente o tamanho dessa bola e ela passe a ser do tamanho de um carro, isso não mudaria em nada a exigência de uma explicação para ela. Suponha que ela seja do tamanho de uma casa. Continuará havendo a mesma necessidade de explicação Ou que ela seja do tamanho de um continente ou de um planeta [...] Suponha que ela seja do tamanho do universo inteiro. A necessidade de explicação continua. Meramente aumentar o tamanho da bola não afeta em nada a necessidade de uma explicação"
Outro argumento que é utilizado como tentativa de invalidar a primeira premissa - tudo o que existe tem uma explicação - é afirmar que é impossível que o universo tenha uma explicação para sua existência, porque essa explicação teria que ser um estado de coisas anterior no qual o universo ainda não existia, e de acordo com a maneira de ver de alguns ateus, isso seria o nada, e o nada não pode ser explicação de algo que existe, assim o universo deve existir de forma inexplicável.
Entretanto, segundo Leibniz, esse estado de coisas anterior a existência do universo é Deus e sua vontade, e não o nada. A afirmação de que o nada é o "estado anterior" é uma grande falácia, pois ela assume que o universo seja tudo o que existe, de modo que se o universo não existe, haveria o nada. Como bem salienta Willian L. Craig "Em outras palavras, a objeção presume que o ateísmo seja verdade"
Notas
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[1] Todo o Texto é Baseado no Livro "Em Guarda: defenda a fé cristã com razão e precisão" - Willian L Craig
[2] A própria ciência se dedica à busca de uma explicação para a existência do universo. A atitude ateísta mutilaria a Ciência



