“Mas agora Ele nos persuade e nos conduz à fé para que sigamos o que lhe é grato por escolha, através das potências racionais com as quais Ele mesmo nos presenteou” (Justino Mártir, Apologia Primeira, XI, 4)
“Do que dissemos anteriormente, ninguém deve tirar a conclusão de que afirmamos que tudo o que acontece, acontece por necessidade do destino, pelo fato que afirmamos que os acontecimentos foram conhecidos de antemão. Por isso, resolveremos também essa dificuldade. Nós aprendemos dos profetas e afirmamos que esta é a verdade: os castigos e tormentos, assim como as boas recompensas, são dadas a cada um conforme as suas obras. Se não fosses assim, se tudo acontecesse por destino, não haveria absolutamente livre-arbítrio. Com efeito, se já está determinado que seja bom e o outro bom, nem aquele merece elogio, nem este vitupério. Se o Gênero humano não tem poder de fugir, por livre determinação, do que é vergonhoso e escolher o belo, ele não é irresponsável de nenhuma ação que faça. Mas que o homem é virtuoso e peca por livre escolha, podemos demonstrar pelo seguinte argumento: Vemos que o mesmo sujeito passa de um contrário a outro. Ora, se estivesse determinado ser mau ou bom, não seria capaz de coisas contrárias, nem mudaria com tanta frequência. Na realidade, nem se poderia dizer que uns são bons e outros maus, desde o momento que afirmamos que o destino é a causa de bons e maus, e que realiza coisas contrárias a si mesmo, ou que se deveria tomar como verdade o que já anteriormente insinuamos, isto é, que a virtude e maldade são puras palavras, e que só por opinião se tem algo como bom ou mau. Isso, como demonstra a verdadeira razão, é o cúmulo da impiedade e da iniquidade. Afirmamos ser destino ineludível que aqueles que escolheram o bem terão digna recompensa e os que escolheram o contrário, terão igualmente digno castigo. Com efeito, Deus não fez o homem com as outras criaturas. Por exemplo: árvores ou quadrúpedes, que nada podem fazer por determinação. Nesse caso, não seria digno de recompensa e elogio, pois não teriam escolhido o bem por si mesmo, mas nascido já bom; nem, por ter sido mau, seria castigado justamente, pois não o seria livremente, mas por não ter podido ser algo diferente do que foi” (Justino Mártir, Apologia Primeira, XLIII)
“Aqueles que foram conhecidos de antemão [Por Deus] que seriam injustos, sejam homens ou anjos, não são feitos maus por culpa de Deus, mas cada um por sua própria Culpa” (Justino Mártir, Diálogo com Trifão, CXL)
“Viva para Deus, e apreendendo-o, coloque de lado sua velha natureza. Não fomos criados para morrer, mas morremos por nossa própria falha. Nosso Livre-Arbítrio nos destruiu, nós que fomos livres nos tornamos escravos; fomos vendidos pelo pecado. Nada de mal foi criado por Deus; nós próprios manifestamos impiedade; mas nós, que a temos manifestado, somos capazes de rejeitá-la novamente (Taciano, o Sírio [120-180], Cartas, XI)
“Deus fez o homem livre, e esse poder sobre si mesmo […] Deus lhe concede como um dom por filantropia e compaixão, quando o homem lhe obedece. Pois como o homem, desobedecendo, atraiu morte sobre si mesmo, assim, obedecendo à vontade de Deus, aquele que deseja é capaz de obter para si mesmo a vida Eterna” (Teófilo de Antioquia [120?-186], Livro a Autólico, I, 27)
“A expressão: 'Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos […] mas vocês não quiseram' ilustra bem a antiga lei da liberdade do homem, porque DEUS o fez livre desde o início, com vontade e alma para consentir nos desejos de Deus sem ser coagido por ele. Deus não faz violência, e o bom conselho o assiste sempre, por isso dá o bom conselho a todos, mas também dá ao homem, o poder de escolha, como o tinha dado aos anjos, que são seres racionais, par que os que obedecem recebam justamente o bem, dado por Deus e guardado para eles. […] SE não dependesse de nós o fazer e o não fazer, por qual motivo o apóstolo, e bem antes dele o Senhor, nos aconselhariam a fazer coisa e anos abster de outras? Sendo, porém, o homem livre na sua vontade, desde o princípio, e livre é Deus, à semelhança do qual foi feito, foi-lhe dado, desde sempre, o conselho de se ater ao bem, o que se realiza pela obediência a Deus” (Irineu de Lião [130-202], Contra as Heresias, IV, 37, 1 e 4).
“Por isso dizia aquele presbítero: não devemos nos sentir orgulhosos nem reprovar os antigos; ao contrário, devemos temer; não ocorra que, depois de conhecermos a Cristo, façamos aquilo que não agrada a Deus e, consequentemente, já não sejam perdoados os nossos pecados, nos excluindo do seu Reino. Paulo disse a este propósito: 'Se não perdoou os ramos naturais, tampouco te perdoará, pois sois oliveira silvestre enxertada nos ramos da oliveira e recebes da sua seiva” (Ireneu de Lião, Contra as Heresias, IV, 27, 2)
“O Senhor, pois, nos remiu através de seu sangue, dando sua vida em favor da nossa vida, sua carne por nossa carne. Derramou o Espírito do Pai par que fosse possível a comunhão de Deus e do homem. Trouxe Deus aos homens mediando o Espírito, e levou os homens a Deus mediante sua encarnação” (Ireneu de Lião, Contra as Heresias, V, 1, 2).
“Justamente como homens possuem liberdade de escolha assim como virtude e defeito (porque você não honraria tanto o bom quando puniria o mau, a menos que o defeito e a virtude estivesse em seu próprio poder, e alguns são diligentes nos assuntos confiados a eles, e outro são infiéis), assim são os anjos” (Atenágoras de Atenas [133-190], Apelo em favor dos Cristãos, XXIV)
“Mas nós, que temos ouvido pelas Escrituras que a escolha auto-determinadora e a recusa foram dadas pelo Senhor ao ser humano, descansamos no critério infalível da fé, manifestando um espírito desejoso, visto que escolhemos a vida e cremos em Deus através de sua voz” (Clemente de Alexandria [150-215], Stromata II, 4)
“Cristo livremente traz […] Salvação a toda a raça humana” (Clemente de Alexandria, Pedagogo, XI)
“Como é que Deus não nos fez de modo que não pecássemos e não incorrêssemos na condenação? Se o ser humano fosse feito assim, não teria pertencido a si mesmo, mas seria instrumento daquele que o moveu. […] E como, nesse navio, que outra pessoa dirige: onde o louva e a culpa residem na mão do músico ou do piloto, […] eles sendo somente instrumentos feitos para uso daquele em que está a habilidade? Mas Deus, em sua benignidade, escolheu fazer assim o ser humano; pela liberdade ele o exaltou acima de muitas de suas criaturas” (Bardesano, o Sírio [154-222], encontrado em fragmentos)
“Acho, então, que o ser humano foi feito livre por Deus, senhor de sua própria vontade e poder, indicando a presença da imagem de Deus e a semelhança com ele […] você verá que, quando ele coloca diante do ser humano o bem e o mal, a vida e a morte, o curso total da disciplina está disposto em preceitos pelos quais Deus chama o ser humano do pecado, ameaça e exorta-o; e isso em nenhuma outra base senão pelo fato de o ser humano ser livre, com vontade ou para obediência ou para resistência […] Portanto, tanto a bondade quanto o propósito de Deus são revelados no dom da liberdade dado ao ser humano por Sua vontade” (Tertuliano [160-220], Contra Marcião, II, 5)
“Ora, deve ser conhecido que os santos apóstolos, na pregação da fé de Cristo, pronunciaram-se com a maior clareza sobre certos pontos que eles criam ser necessários para todo mundo (…) Isso também é claramente definido no ensino da Igreja de que cada alma racional é dotada de livre-arbítrio e volição” (Orígenes de Alexandria [185-253], Sobre os Princípios, Prefácio).
“Quando Deus se comprometeu no inicio criar o mundo, como nada que vem a ser o é sem uma causa, cada uma das coisas que haveriam de existir foram apresentadas à sua mente. Ele viu no que resultaria quando cada uma dessa coisas fossem produzidas; e quando o resultado fosse completado, o que mais iria acompanhar; e o que mais seria resultada dessas coisas quando elas fossem acontecer; e assim por diante até a conclusão da sequência de eventos, Ele sabia o que seria, sem ser totalmente a cuasa do que bem a ser de cada uma das coisas que Ele sabia que aconteceriam” (Orígenes de Alexandria, Comentários sobre Gênesis, Livro III, 6)
“Há de fato, inúmeras passagens nas Escrituras que estabelecem com extrema clareza a existência da liberdade da vontade” (Orígenes de Alexandria, Sobre os Princípios, III, 1)
“O homem possui a capacidade de autodeterminação, na medida que ele é capaz de querer e não querer, e é dotado com o poder de fazer as duas coisas” (Hipólito de Portus [Terceiros Século] Refutação de Todas as Heresias)
“Ora, aqueles que decidem que o ser humano não possui livre-arbítrio, e afirma que ele é gonvernado penas necessidade invitáveis do destino […] são culpados de impiedade par com o próprio Deus, fazendo-o ser a causa e o autor dos males humanos” (Metódio de Olimpos [250-311], O Banquede das Dez Virgens, XVI. Lembrando que Metódio escreveu ainda uma obra inteira em defesa do livre-arbítrio do homem, intitulada Concernente ao Livre-Arbítrio)
“Mais ainda, meu oponente diz que, se Deus é poderoso, misericordioso, desejando salvar-nos, que mude as nossas disposições e nos force a confiar em suas promessas. Isso, então, é violência, não é amabilidade nem generosidade do Deus supremo, mas um luta vã e pueril na busca da Obtenção do domínio. Pois o que seria tão injusto como forçar homens que são relutantes e indignos, reverter suas inclinações; imprimir forçadamente em suas mentes o que eles não estão desejando receber?” (Arnóbio de Sica [250?-330], Contra os Pagãos, Livro II, 65)
“O conhecimento não é a causa do que tenham ocorrido. As coisas não ocorrem porque Deus sabe. Quando as coisas estão para ocorre, Deus o sabe” (Eusébio de Cesareia [265-339], Preparação par ao Evangelho, IV 11)
“Era necessário que o Cordeiro de Deus fosse oferecido pelo outros cordeiros cuja natureza Ele assumiu e por toda a raça humana” (Eusébio de Cesareia, Demonstração do Evangelho, Prefácio, X)
“Todos os homens estavam sujeitos à corrupção da morte. Substituindo a todos nós, o Verbo tomou um corpo semelhante ao nosso, entregando a si mesmo à morte por nós todos, como um sacrifício a seu Pai. (...) dessa maneira, morrendo todos nEle, poder ser abolida a lei universal da mortalidade humana. A exigência da morte foi satisfeita no corpo do Senhor, e devorante, deixa de atingir os homens feito semelhantes a Cristo. Aos homens que se haviam entregue à corrupção foi restituída a incorrupção e, mediante a apropriação do corpo de Cristo e de Sua Ressurreição, os homens são redivivos da morte” (Atanásio de Alexandria [296-373], Da encarnação, VIII)
“O Filho de Deus veio ao mundo [...] remir todos os homens [...] sofrendo em seu corpo em favor de todos os homens” (Atanásio de Alexandria, Sermão contra os Arianos)
“Portanto, desejando ajudar os homens, ele o Verbo habitou com os homens tomando forma de homem, tomando para si mesmo um corpo semelhante ao dos outros homens. Através das coisas sensoriais, isto é, mediante as ações de seu corpo, ele os ensinou que os que estavam privados de reconhece-lo, mediante a sua orientação e providência universais, podem por meio das ações do corpo reconhecer a palavra de Deus encarnada e através dEle vir ao conhecimento do Pai” (Atanásio de Alexandria, da Encarnação, XVI)
“Não há um tipo de alma pecando por natureza e outro de alma praticando Justiça por natureza; ambas agem por escolha, a substância da alma sendo de uma espécie somente e igualmente em tudo” (Cirilo de Jerusalém [313-386], Leituras, IV)
“A alma é autogovernada: e embora o demônio possa sugerir, ele não tem o poder de obrigar a vontade. Ele lhe pinta o pensamento da fornicação: mas você pode rejeitá-lo se quiser. Pois se você fosse fornicador por necessidade, por que razão Deus preparou o inferno? Se você fosse praticante da justiça por natureza, e não pela vontade, por que preparou Deus coroas de glória inefável – cortês;amável ? A ovelha é afável, mas ela nunca foi coroada por sua afabilidade; visto que sua qualidade de ser afável lhe pertence por natureza, não por escolha” (Cirilo de Jerusalém, Leituras IV)
“Sois feitos participantes de uma videira santa: se permaneces na videira, crescerás como um cacho frutífero; porém, se não permaneces, serás consumido pelo fogo [...] Por isso, não desprezes a graça de Deus: Guardai-a piedosamente quando a receberdes” (Cirilo de Jerusalém, Cataquese, I, 4)
“Não maravilha se o mundo todo foi resgatado, porque Ele não foi apenas um homem, mas o Unigênito Filho de Deus” (Cirilo de Jerusalém, Cataquese, XIII, 2)
“Eles, então, que foram selados pelo Espírito até o dia da redenção e preservaram puros e intactos os primeiros frutos que receberam do Espírito ouvirão as palavras: ‘Muito bem, servos bons! Como fostes fiéis no mínimo, tomais o governo de muitas coisas’. Da mesma forma, os que ofenderam o Espírito Santo pela maldade de seus caminhos, ou não forjaram para si o que ELE lhes deu, serão privados do que receberam e sua graça será dada a outros; ou conforme um dos evangelistas, serão totalmente cortados em pedações, cujo significado é ser separado do Espírito” (Basílio Magno [329-379], Sobre o Espírito Santo, XVI, 40)
“Mas uma coisa foi encontrada que era equivalente a todos os homens, [...] o santo e precioso sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual foi derramado por nós todos” (Basílio Magno, Sobre Salmos 49, VII, 8, seção 4)
“...os detratores de tudo o que é louvável entenebrecedores da luz, inculturados em relação à sabedoria, por quem Cristo morreu em vão” (Gregório de Nazianzo [329-389], Sermão 45, Segundo sermão da Páscoa, XXVI)
“O Sacrifício de Cristo é uma expiação imperecível pelo mundo inteiro” (Gregório de Nazianzo, Sermão 2 para Páscoa)
“Sendo à imagem e semelhança [...] do Poder que governa todas as coisas, o ser humano manteve também na questão do Livre-Arbítrio esta semelhança a ele cuja vontade domina tudo” (Gregório de Nissa [330-395], Sobre a Virgindade, XVII)
“Por isso o Apóstolo Diz: ‘os que dantes conheceu, também os predestinou’ (Rm 8.29). Ele não os predestinou-os antes de os conhecer, mas Ele predestinou à recompensa aqueles cujos méritos de antemão ele conheceu” (Ambrósio de Milão [337-397], Sobre a Fé, Livro V, 6, 82)
“Este místico Sol da Justiça foi levantado por Todos, veio para todos; Cristo padeceu por todos e Ressuscitou por Todos. Mas se alguém não crê em Cristo, está privando a si mesmo desde benefício universal [...] Cristo veio para salvação de todos, Ele empreendeu a redenção para todos, na mesma medida em que Ele trouxe um remédio pelo qual todos pudessem escapar, apesar de haver alguns [...] que não desejam ser curados” (Ambrósio de Milão, Sobre Salmos 118, Sermão VIII)
“Apesar de Cristo ter padecido por todos, Ele padeceu especialmente por nós” (Ambrósio de Milão [337-397], Sobre a Fé, Livro V, 6, 82)
“Porquanto Deus, pôs em nosso poder o bem e o mal, deu-nos o livre-arbítrio da escolha, e quando não queremos não nos força, quando, porém, queremos, nos abraça” (João Crisóstomo, Homilia sobre a Traição de Judas, 1,3).
“Para respondermos a todos que insistem em perguntar ‘Como podemos ser salvos sem contribuir com nada nessa Salvação?’, Paulo nos mostra que, de fato, temos uma grade dose de contribuição nela: entramos com a nossa fé!” (João Crisóstomo [347-407], Homílias em Efésios).
“Tal qual uma pena utilizada para escrever ou uma flecha que precisa de um agente que dela faça uso, também a graça de Deus tem a necessidade de corações crente” (Cirilo de Alexandria [375-444], Leituras Catequéticas, 1, 1)
“A morte de uma carte é suficiente para o resgate de todas a raça humana, porque aquela pertenceu ao Logos, O Unigênito de Deus Pai” (Cirilo de Alexandria, Sermão sobre a “Recta Fide”, II, 7)
“A parte de Deus é derramar graça, mas a vossa é aceita-la e guardá-la” (Cirilo de Alexandria, Leituras Catequéticas, 1,1)
“Esses são chamados de acordo com a promessa são aqueles que Deus sabia que seriam verdadeiros crentes no futuro, pois eles antes mesmo de crerem já eram conhecidos [Por Deus]. [...] Da mesma forma, [Deus] condenou faraó pelo Seu pre-conhecimento, pois sabia que este não se concertaria [...]” (Ambrosiaster 370 d.C.], Comentário às Treze Epístolas de São Paulo, ao comentar Romanos 8.28 e 9.14)
“Quando o cabeça da raça [adão] foi condenado, toda a raça foi condenada com ele; e então, quando o Salvador destruiu a maldição, a natureza humana ganhou liberdade” (Teodoreto de Cirro, Diálogos, III)
“Aqueles Cuja intenção Deus previu, Ele predestinou desde o princípio. Aqueles que predestinou, Ele chamou e justificou pelo Batismo. Os que foram justificados, Ele glorificou, chamando-os filhos. [...] Que ninguém figa que a presciência de Deus foi a causa unilateral dessas coisas. Não foi sua presciência que justificou as pessoas, mas Deus sabia o que aconteceria, porque Ele é Deus” (Teodoreto de Cirro [393-466], Interpretação de Romanos, trecho onde comentar romanos 8.30)”
“[...] Adão não pecou porque Deus sabia que ele faria assim, mas Deus, justamente pelo fato de ser Deus, sabia de antemão o que Adão faria pela sua livre-escolha” (Jerônimo [347-426] Contra os Pelagianos, Livro III, 6)