Na publicação anterior procuramos mostrar que se Deus não existir, a vida não possui um sentido último [1]; neste momento, estaremos focando no segundo ponto que envolve as implicações existenciais do Ateísmo: "Se Deus não existe, a vida não possui sentido, NEM VALOR, nem Propósito final"
Sem um Valor Último
Richard Dawkins, um dos principais militantes contemporâneo daquilo que é chamado de Neo-Ateísmo, no seu livro "O rio que saía do Éden: Uma visão darwiniana da vida" após fazer uma avaliação do valor do ser humano, afirmou:
"No final não há nenhum design, nenhum propósito nenhum mal, nenhum bem, nada mais do que uma insípida indiferença [...]"
Em um mundo sem Deus, quem pode dizer quais valores são certos e quais são errados? os valores morais são meras expressões do gosto pessoal ou subprodutos da evolução biológica ou do condicionamento social, nas palavras de Sartre, está é "a realidade nua e crua, a realidade sem valor da existência". Como muito bem afirma Willian L. Craig "Se Deus não existir, então não há um padrão objetivo do que seja certo ou errado"; logo, é impossível condenar a guerra, a opressão, os crimes ou o mal. Também não faz sentido alguém louvar a generosidade, ou o auto-sacrifício e nem o amor. Matar ou amar seria coisas moralmente equivalentes, pois em um universo sem Deus, como foi a conclusão de Dawkins "não há nenhum mal e bem"; logo, se Deus não existe, valores e deveres morais objetivos também não existem [2].
Convém salientarmos que tal argumento se origina das implicações existenciais da cosmovisão ateísta, já que em tão cosmovisão, os seres humanos são meros subprodutos acidentais da natureza, e uma vez que o seu "destino" não tem qualquer relação final com o seu comportamento, você perfeitamente pode viver como bem entender, "Não se faz a menor diferença se você vive como um Stalin - ditador da antiga U.R.S.S que matou milhares de pessoas - ou como madre Teresa de Calcutá " (Willian L. Craig ). Devido ao carácter definitivo da morte [3], realmente não importa como se vive.
A impossibilidade prática do ateísmo é algo irônico, principalmente em questões morais, pois vemos com frequência humanistas ateus afirmarem valores tradicionais como o amor e da irmandade entre os homens, e é aqui que ocorrem as inconsistências mais flagrantes to ateísmo-prático; é impossível defender o absurdo da vida [4] e uma ética de amor e valorização do próximo "Camus foi criticado justamente nesse ponto", Russell, indagado concernente as questões morais - o mesmo afirmava que não poderia viver como se os valores éticos fossem simplesmente uma questão de gosto pessoal - afirmou que não possuía uma resposta que conciliasse seu entendimento sobre valores e deveres morais com as implicações do Ateísmo, o absurdo da vida sem Deus. Sartre se encontrou no mesmo dilema, ao ponto de no seu ensaio "O Existencialismo é um humanismo" se esforçou em vão para fugir da contradição entre sua negação da existência de valores preestabelecidos por Deus e sua angustia de afirmar o valor dos seres humanos - foi esta angústia que fez Kant elaborar um argumento primoroso para a existência de Deus, levando em conta a consciência moral que o mesmo possuía "Duas coisas me enchem o espírito de admiração e de reverência ... o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim".
Assim sendo, uma coisa é declarar que tudo é permitido, outra coisa é se viver dessa forma, e de forma irônica, Camus, Russel, Freud, Dawkins, Sartre, como também o próprio Nietzche perceberam isso - Nietzsche, que defendia a necessidade de ser viver além do bem e do mal, rompeu laços de amizade com o seu mentor, Richard Wagner, precisamente por discordar da visão antissemita do compositor e por seu notório nacionalismo. Conforme expressa Willian L. Craig:
Por tanto é em Deus que encontramos o padrão de bondade e cuja as ordens se constituem em nossos deveres morais
Notas
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[1] https://lucasamaciel.blogspot.com.br/2018/05/o-ateismo-e-as-suas-implicacoes.html
[2] Dentro da Apologética Cristã existe o argumento que é chamado de "Argumento Moral", onde mostra que sem Deus não existiriam valores morais objetivos
[3] concepção Ateísta não concede escapatória a morte, e tira qualquer esperança do contrário.Este ponto é desenvolvido na publicação anterior, link se encontra na nota de número [1]
[4] Tal conceito é abordado na publicação anterior
A Impossibilidade Prática
Assim sendo, uma coisa é declarar que tudo é permitido, outra coisa é se viver dessa forma, e de forma irônica, Camus, Russel, Freud, Dawkins, Sartre, como também o próprio Nietzche perceberam isso - Nietzsche, que defendia a necessidade de ser viver além do bem e do mal, rompeu laços de amizade com o seu mentor, Richard Wagner, precisamente por discordar da visão antissemita do compositor e por seu notório nacionalismo. Conforme expressa Willian L. Craig:
"A grande verdade é que ninguém encontrará provavelmente um ateu que viva consistentemente seu próprio sistema de crenças, Pois um universo sem responsabilidade moral e destituído de valor é inimaginavelmente terrível"
Por tanto é em Deus que encontramos o padrão de bondade e cuja as ordens se constituem em nossos deveres morais
Notas
_______________________________________________
[1] https://lucasamaciel.blogspot.com.br/2018/05/o-ateismo-e-as-suas-implicacoes.html
[2] Dentro da Apologética Cristã existe o argumento que é chamado de "Argumento Moral", onde mostra que sem Deus não existiriam valores morais objetivos
[3] concepção Ateísta não concede escapatória a morte, e tira qualquer esperança do contrário.Este ponto é desenvolvido na publicação anterior, link se encontra na nota de número [1]
[4] Tal conceito é abordado na publicação anterior






